Funérea Estória de Um Amor Espúrio
(Tenório tenho uma pra te contar
Que tu vai cair duro, ah ah
Não, aqui não posso te contar
Vem cá, detrás do muro
Moita, Tenório
Isto é que um meia-de-ligação, hã?)
Nesse precário dia funério
Chega o Tenório ao seu tugúrio
Antes do horário
Chega o Tenório todo simplório
E ouve da área
Um estranho falatório
Entra o Tenório e vê Quitéria
Com um ar assim
De quem tem culpa no cartório
Sem comentário vai o Tenório
Abre o armário
E dá de cara com o Porfírio
Cheio de fúria, o bom Tenório
Pega o Porfírio
E vai trancá-lo lá na área
Volta bem sério para Quitéria
Que diz a ele
Toda cheia de lamúria
Não há, Tenório, motivo sério
Para deixar
o pobrezinho na intempérie
Vai e retire-o de lá da área
Pois bem precária
É a saúde do Porfírio
E o bom Tenório
Que é contrário
A contrariar a sua querida Quitéria
Vai lá na área, pega o Porfírio
Mais que depressa
E vai levá-lo ao dormitório
Nada de inglório nem vexatório
A do Tenório
Neste gesto humanitário
Pois o Porfírio da nossa estória
É o Luluzinho
Queridinho da Quitéria
(Há, há, entrou hein!)