A Partida
Mãos cansadas
Desatando
Nós que o prendem aqui
Soltam o barco
Aguardando
A hora de partir
Mas a sua canção não carrega a dor de quem se vai
Mãos marcadas
Pelas lutas
Tidas sem fugir
Esvaziam
Todo o barco
De tudo de si
Pois a sua canção não carrega a dor de quem se vai
E em seu coração guarda a fé que o fez encontrar paz
Mãos que ao ver o
Frio do inverno
Não perdem o sorrir
Aquecidas
Pela graça
Tornam a repetir
Dor nenhuma
Se compara
Com a glória porvir
Dor nenhuma
Alma nua
Tô chegando aí
A Partida: Uma Viagem Lírica Sobre Desapego e Esperança
A música "A Partida" de Marco Telles é uma composição que evoca sentimentos de despedida e reflexão sobre a jornada da vida. Através de uma linguagem poética, a letra descreve o ato de soltar amarras e se preparar para uma nova fase, sugerindo uma transição que pode ser tanto física quanto espiritual. As "mãos cansadas" que desatam nós simbolizam o esforço de se libertar de algo que prende, talvez uma situação, um lugar ou até mesmo crenças limitantes.
A repetição da frase "Pois a sua canção não carrega a dor de quem se vai" sugere uma aceitação serena do ciclo da vida, onde a partida não é marcada pela dor, mas pela paz encontrada na fé. A canção pode ser interpretada como uma metáfora para a expressão da alma, que, mesmo diante do fim de um capítulo, mantém-se resiliente e esperançosa. As "mãos marcadas pelas lutas" remetem às experiências vividas, às batalhas enfrentadas sem fuga, que deixam marcas, mas também ensinamentos e força.
O final da música traz uma mensagem de conforto e esperança. A menção ao "frio do inverno" e a capacidade de sorrir apesar das adversidades apontam para a resiliência humana. A "glória porvir" e a alma que se aproxima de seu destino, "Tô chegando aí", podem ser vistas como uma alusão à vida após a morte ou a um renascimento espiritual. A música, portanto, pode ser entendida como uma celebração da vida e suas transições, encorajando o ouvinte a encarar as despedidas como parte de um processo maior de crescimento e redescoberta.