Quitanda
Vendia quitanda na cancha de tava
Chamavam de guaxa a guria da venda
Balaio pesado pro corpo franzido
Levava as doçuras de um lado pra o outro
Guardava os trocados no boleo da sala
Com medo dos homens cheirando a cachaça
De dentes enormes e rostos queimados
Que iam comprando os seus pães de mel
Cresceu a guria, cresceu a guria
Vendendo quitanda, vendendo quitanda
E um dia, já moça, se foi na garupa
De um homem dos tantos de rosto queimado
Já vive por certo não'algum vilajero
Fazendo quitanda do corpo moreno
Guardando os trocados dos homens famintos
De dentes enormes cheirando a cachaça
Mais guaxa que nunca
Seu fardo é pesado
Nessa amarga sina
De vender doçuras