Uma Milonga e Mais Nada
Uma milonga e mais nada
Do baile lá do rincão
Era o motivo que eu tinha
Pra pegar na tua mão
Cheguei assim, de mansinho
Como quem cuida um pecado
Pedindo um: Dança Comigo?
Com o timbre encabulado
Ganhei um sim tão baixinho
E nos olhamos de frente
Buscando o passo pra dança
Buscando amor de repente
Senti teu cheiro tão doce
Igual mel de Camoatim
E o couro fino da mão
Tão liso qual um cetim
E a tua voz de cordeona chorona
Me contestava carinho baixinho
E os olhos claros de lua crescente
Miravam os meus pertinho
E uma cadente de ciúmes quedou-se
E ganhou forma de flor no cabelo
Tu, no compasso do passo da dança
Junto aos meus braços com zelo
Quando encostava o rostinho
E teu nome me contava
Deixou marcado em batom
O lenço branco que usava
Não faz mal a até foi bom
Pois, assim, levo pra mim
Tua boquinha de pitanga
E teu perfume de jasmim
Mas ressentido é meu canto
Pois foi a dança e mais nada
Ao te deixar solitária
Em meio a sala, largada
Mas foi o medo, minha linda
Que me cessou o desejo
De te dar sim por amante
E ganhar não por um beijo
Uma milonga e mais nada
É o meu motivo de agora
Pois me envergonha o silêncio
Que te ofertei outra hora
Além da mão, eu te quero
Pra te jurar com confiança
O meu amor bailarino
Pra continuarmos a dança
E a tua voz de cordeona chorona
Me contestava carinho baixinho
E os olhos claros de Lua Crescente
Miravam os meus pertinhos
E uma cadente de ciúmes quedou-se
E ganhou forma de flor no cabelo
Tu, no compasso do passo da dança
Junto aos meus braços com zelo
Uma milonga e mais nada
Uma milonga e mais nada