A Mula do Cecêu
No bolicho do lajeado, o cecêu chegou montado numa mula pangaré
Apeiou num buenas tardes, já fazendo meio alarde, de espora só num pé
Esta mula do cecêu, já no dia que nasceu, trouxe as baldas na placenta
Quando foi domar a mula, o cecêu talvez por fula, se benzeu com água benta
Bote um trago tio juquita, que hoje é dia de visita e me vou lá pra tiguera
Minha mula pangaré, hoje está de boa fé, e a sarita lá me espera
O cecêu de pouca estampa, já saiu a meia guampa, no revés da campesina
Mas porém no pensamento, era só neste momento, de rever aquela china
Mas o diabo por malino, na tristeza do destino, encarnou-se nesta mula
O cecêu teve montado e a mula num bailado sapateava numa chula
Bem da frente da bodega, que o cecêu de espora cega, pra esta mula deu café
O mulato em patacoada, atiçou a cachorrada nesta mula pangaré
Vinha a mula tafoneira, manoteando a focinheira procurando um cusco baio
E o cecêu neste floreio, ia só cruzando o relho de soiteira por um raio
Esta mula pangaré, ganhou o rumo do ibaré no destino da visita
Vinha ela ornejando e o cecêu vinha assobiando um valseado pra sarita