Sovéu Cabeludo

luiz Neiro Balestra e Luiz Elias Lambert

O patrão me deu um coro
Deu um zebu caneludo
Estaqueei cortei uns tento
E torci com pelo e tudo
Ficou uma maravilha
Botei argola e presilha
E fiz um sovéu cabeludo


Com este sovéu cabeludo
Touro alçado não me escapa
Eu faço virar de ponta
Depois de cerrar nas aspas


Quando um alçado refuga
Já se forma um escarcéu
E a peonada larga atrás
Perdendo faca e chapéu
Outros laçando macega
E o matreiro só se entrega
Quando eu largo o meu sovéu


Com este sovéu cabeludo
Touro alçado não me escapa
Eu faço virar de ponta
Depois de cerrar nas aspas


Este sovéu cabeludo
Vê se não me deixa mal
Parece um cabo de aço
Na cincha do meu bagual
E cerro a espora no mouro
E arranco qualquer touro
Do meio do banhadal


Com este sovéu cabeludo
Touro alçado não me escapa
Eu faço virar de ponta
Depois de cerrar nas aspas


Se é preciso eu lanço mesmo
Comigo não tem floreio
E os parceiros dão risada
Quando a tiro o sovéu feio
Parece um bolo de fumo
Mas teatino perde o rumo
E vem de arrasto para o rodeio


Com este sovéu cabeludo
Touro alçado não me escapa
Eu faço virar de ponta
Depois de cerrar nas aspas

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