Samba-Enredo 2024 - Do Nosso Solo Para o Mundo: O Campo Que Preserva, O Campo Que Produz, O Campo Que Alimenta

Ocô, sua flauta anunciou
A colheita verdejou, na terra
Regou a missão de Olorum
Junto à forja do senhor da guerra
Vai o legado, no balanço desse mar
Solo sagrado germinou a plantação
Ê, caiana levada pro cais
A força dos cafezais
Vem da fé que ergueu essa nação

Escorre à enxada o suor que vem do povo
Em cada grão a liberdade na raiz
Escorre à enxada o suor que vem do povo
Traz na semente o futuro do país

Brasil onde mora o verde
Brasil, teu celeiro partilha
Coragem na busca de um sonho
Na mesa a união da família
Orvalho que toca a viola
Dá o tom pro matuto versar
Levando aos céus as bênçãos dessa noite de luar
Se as lágrimas molham a terra
Eu faço um samba em oração
Meu São José, nos dê a tua proteção!

Antes do galo cantar e a flor-do-campo nascer
Vem semear a nossa eterna aliança
E da semente, o amor
A nossa gente plantou
Mancha Verde de esperança!

A Celebração da Agricultura Brasileira no Samba-Enredo da Mancha Verde

O samba-enredo da Mancha Verde para o carnaval de 2024, intitulado 'Do Nosso Solo Para o Mundo: O Campo Que Preserva, O Campo Que Produz, O Campo Que Alimenta', é uma homenagem à agricultura brasileira e ao papel fundamental que o campo desempenha na preservação ambiental, na produção de alimentos e na sustentação econômica do país. A letra da música evoca imagens da colheita, da fé e do trabalho árduo dos agricultores, elementos que são essenciais para a compreensão da cultura e da história do Brasil.

A referência a 'Ocô' e a 'missão de Olorum' traz elementos das religiões afro-brasileiras, reconhecendo a influência africana na formação cultural do país. A menção ao 'senhor da guerra' pode ser interpretada como uma alusão ao orixá Ogum, associado à tecnologia e ao trabalho, o que reforça a ideia de que o progresso agrícola também está ligado à espiritualidade e à luta. A 'força dos cafezais' e a 'caiana levada pro cais' remetem ao período da economia cafeeira e ao trabalho escravo, destacando a importância do café na história econômica do Brasil e o sofrimento dos que trabalharam nas lavouras.

A música também aborda a relação entre o trabalho no campo e a esperança de um futuro melhor para o país. A 'semente do futuro' simboliza o potencial de crescimento e prosperidade que a agricultura possui. A figura de São José, padroeiro dos agricultores, é invocada para abençoar as lavouras e proteger os trabalhadores. O samba termina com uma mensagem de esperança e união, sugerindo que o amor e a dedicação ao campo são a verdadeira 'Mancha Verde de esperança' para o Brasil. A escola de samba paulistana, conhecida por suas apresentações vibrantes e temas sociais, utiliza o samba-enredo como uma forma de expressar orgulho e reconhecimento pela riqueza natural e cultural do país.