Num Olhar de Quem Se Vai

Fernando Soares / Juliano Gomes

O ronco simples de um mate
Na sombra de um paraíso
Semblante triste do aviso
Que ronda o ciclo que encerra
Do vento mesclado na terra
Num janeiro de mormaço
Resseca os tentos do laço
Deixando ao campo quem berra

O pingo Mouro da encilha
Não ringe mais Paysandú
As botas de couro crú
Não garroneiam prateadas
O pensamento, na estrada
Não tem caminho nem fim
E as rugas pealadas em mim
São tombos na invernada

A linda pegou a estrada
Pros pagos beirando o céu
Ficando um gosto de véu
Que amarga junto a cambona
Um silenciar de cordeona
Com poeira na baixaria
E o tranco largo dos dias suando junto à carona

O braço perde sua força
Pois nem a cruz a levanta
Do dia em que o Sol descamba
não'algum rumar balconeiro
Parece que o corpo inteiro
Já castigado de andanças
Escolhe o tipo da trança
Pra um cabrestear estradeiro

É a vida que se arremata
Na calma que ronda as casas
É como água nas brasas
Que leva a alma a lo-léu
Ficando só um chapéu
Cobrindo a quina da porta
E uma certeza já morta
Bombeando um rancho do céu

Curiosidades sobre a música Num Olhar de Quem Se Vai de Luiz Marenco

Quando a música “Num Olhar de Quem Se Vai” foi lançada por Luiz Marenco?
A música Num Olhar de Quem Se Vai foi lançada em 2008, no álbum “Sensitivo”.
De quem é a composição da música “Num Olhar de Quem Se Vai” de Luiz Marenco?
A música “Num Olhar de Quem Se Vai” de Luiz Marenco foi composta por Fernando Soares e Juliano Gomes.

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