Medos
Não quero que leias o que sinto
Quero que sintas o que escrevo
Quando te falo eu não minto
Quando te vejo não devo
Pensar no que somos nós e
nos laços que não cedo
Posso até perder a voz a tentar perder o medo
O nosso love estava amputado
Mas queríamos que ele andasse
Sem prótese o resultado
Era que um dia acabasse
Sem hipótese de outro desfecho
Dou a mão à palmatória
Se há culpa, assumo o texto
Em qualquer lição desta história
Não existe bela sem senão
Nem crime sem penitência
Tranquei na cela o coração
Julgado pela aparência
Dos atos ou pensamentos
Dosados em sentimentos
Dos átomos viram cimento
Do aço é sentir menos
É engraçado
A vida é cheia de mudanças
Um dia sonhas com o altar
dia a seguir alianças
Num momento constróis um lar
E até dás nome às crianças
Para num piscar de olhos
Serem cinza as esperanças
Tanta folha queimada
Palavras ditas ao vento
Transformámos em nada
Aquilo que era pra sempre
E os momentos ficaram
Memórias e segredos
Histórias que acabaram
Então culpa os meus medos
Não quero que leias o que sinto
Quero que sintas o que escrevo
Quando te falo eu não minto
Quando te vejo não devo
Pensar no que somos nós e
nos laços que não cedo
Posso até perder a voz a tentar perder o medo
Eu sei quem perdeu
Não há mais nada a contar
Sei que o erro foi meu
Não te posso julgar
Eu sei quem perdeu
Não há mais nada a contar
Sei que o erro foi meu
Não te posso julgar
Não quero que leias o que sinto
Quero que sintas o que escrevo
Quando te falo eu não minto
Quando te vejo não devo
Pensar no que somos nós e
nos laços que não cedo
Posso até perder a voz a tentar perder o medo