Corações Psicodélicos
Ainda me lembro daquele beijo, spank punk violento
Iluminando o céu cinzento, eu quero você inteira
Gosto muito do seu jeito, qualquer nota bossa nova
Bossa nova qualquer nota, eu quero você na veia
E a vida passa na TV
E o meu caso é com você
Fico louco sem saber
Sim pro sol, sim pra lua
Eu quero você toda nua
Sim pra tudo que você quiser
Gosto muito do seu jeito, rock'n roll meio nonsense
Rock'n roll meio nonsense, pra acabar com essa inocência
E o complexo de decência, no meio do salão
E a vida passa na TV
E o meu caso é com você
Fico louco sem saber
Sim pro sol, sim pra lua
Eu quero você toda nua
Sim pra tudo que você quiser
Hoje é festa na floresta, toda tribo ateia som
Toda taba ateia sol, só tomando água de coco
Infeliz de quem tá triste
No meio dessa confusão
Corações Psicodélicos: A Explosão de Sentimentos de Lobão
A música Corações Psicodélicos, composta e interpretada pelo artista brasileiro Lobão, é uma expressão vibrante da cena rock dos anos 80 no Brasil. A letra da canção reflete uma mistura de sentimentos intensos e uma busca por liberdade expressiva, características marcantes do período pós-ditadura militar, onde a juventude ansiava por romper com as repressões e explorar novas formas de arte e comportamento.
A referência a 'beijo spank punk violento' e a menção de elementos da bossa nova indicam uma fusão de estilos e épocas, simbolizando a transição e a diversidade cultural vivida na época. O desejo 'eu quero você inteira' e 'eu quero você na veia' sugere uma paixão avassaladora, quase uma necessidade visceral de conexão com o outro. A música também aborda a alienação, com a frase 'E a vida passa na TV', sugerindo que, enquanto a vida real acontece, muitos estão desatentos, consumidos pela programação televisiva.
Por fim, a canção celebra a alegria e a euforia coletiva, como em 'Hoje é festa na floresta', onde todos estão unidos em celebração, independentemente de suas diferenças. A música de Lobão é um convite para viver intensamente, abraçar a diversidade e se libertar das amarras sociais, um hino à liberdade de expressão e ao amor livre, tão em voga naquele momento histórico do Brasil.