Contrariedades
Os campos estão vazios
E ventos não sopram mais
Na suavidade ondulada
Das coxilhas e parronais
Já sem gados e manadas
No pasto chora "el rosilho"
E a quietude manhãneira
Que um quero-quero feriu
E a quietude manhãneira
Que um quero-quero feriu
A sanga da várzea do salso
Foi cortando mansamente
Da água restou quimeras
Que morreram nas nascentes
E o velho posto do umbu
É tapera nas lonjuras
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura
"Por certo as contrariedades
Que florescem dos humanos
Apeiam nas horas tristes
Daqueles que aqui plantaram
Segue em silêncio o palanque
E eu já nem sei de mim mesmo
Os campos seguem vazios
E os homens, seguem a esmo"
Como ter vida serena
Se não há alma e memória
Pra que ter pilas e glórias
Se o mundo anda avesso
Ninguém entende mais nada
Ou nem sabem de si mesmo
Eu ando a buscar respostas
Ainda que eu ande a esmo
Eu ando a buscar respostas
Ainda que ande a esmo
A sanga da várzea do salso
Foi cortando mansamente
Da água restou quimeras
Que morreram nas nascentes
E o velho posto do umbu
É tapera nas lonjuras
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura