Guitarra e Galpão
Ouviu-se ao longe um berro de touro
Campeiro e cachorro, numa recolhida
Num final de lida ouviu-se o bordão
Dentro do galpão, milongueando a vida
Um mate cevado, algum aporreado
A simplicidade, sem luxo de um rancho
A lenha pro fogo do fogão campeiro
E pro carreteiro um charque num gancho
Rio grande te canto, contando da vida
Falando da lida, guitarra e galpão
Rio grande é um potro, meu peito um palanque
Não há quem te arranque, do meu coração
Um cabresto forte, pra escora aporreado
Um bocal atado nalgum redomão
A lida por diante, no pago fronteiro
A luz de um candeeiro e um fogo de chão
Descançam arreios, sobre os cavaletes
Descançam os fletes e o cusco amigo
Assim a querência anoitece mais calma
E desperta a alma do rio grande antigo