De Lugar Nenhum
Victor Augusto Viana
Não é sobre ter ou não ter
E sim sobre ser ou não ser
E eu, não sou daqui
Não sou de lugar nenhum
Não sou como ninguém
E nem ninguém sou
Sou apenas eu
E eu, apenas
Em um círculo, sou a reta
Meu sentido é uma seta
Que aponta
Pro lado contrário
Quanto mais eu acelero
Mais é o tempo que espero
Pra chegar
No mesmo horário
Será, que existe mais alguém aí assim
Olá, se há alguém aí além de mim
Na conversa sou o silencio
Ao chorar eu sou o lenço
Que enxuga
As suas lágrimas
No calor sou o agasalho
Bem guardado no armário
Sem aquecer
A ninguém
Na chuva sou a poça d’água
Passa um carro e te enxágua
De tristeza
Pavor e raiva
No fim eu sou tudo aquilo
Que não vale nem um quilo
Pra quem não
Sabe o gosto
Será, que existe mais alguém aí assim
Olá, se há alguém aí além de mim
