Freestyle 2/1

Ahn, ahn, ahn-ahn
É o Wall, é o beat do Wall, ele não é à toa
KayBlack, ye-yeah, ahn
Ahn, ahn

Toda malandra
Se tá de fio ou de renda, se exibe de vestidin
Pede e levanta
Eu nem vou tirar sua calcinha, só vou botar de ladin
Girando cargas, cumprindo meta
Fumando velas, dispenso o finin
Saí de Jetta, voltei de Meca
Com a bloguerinha a cara do OnlyFan

Pago o seu preço, subo seu voucher
Todas do job quer se envolver
Mostra seu peito dentro da base
Mudo sua vida no arroba, bebê

E dentro do apê fica louca, louca
Beijando a amiga na boca e pede tapa na cara e na polpa
Poucas pra esse comédia de toca, coca
Gira comércio na boca, forca pra talarico e cagueta, treta
Tem mais mil truta, mil treta, preta
Se eu não voltar, não se esqueça
Peça, que sua casa tá feita e farta
Tem pão e vinho na mesa, nega

Ahn, oh, oh

Lembrei de uns anos atrás
Na minha cabeça uma Glock, um cana no walk talk
(Steve, se neguin não vier com o acerto, o resumo é morte)

Confere no porta-mala, senhor
Meio em espécie, meio no doc
(Tudo certo aí rapaziada, vai recolhendo aí a—)

E eu volto pra quebra atrás do loki
Que ligou pros coisa, ficou em choque
Pneu queimado, outro X9 ganancioso querendo poder
Se quiser guerra é bom tá blindado e municiado pra não se foder
AR-15 bota pra dançar
Passo tão quente tipo molho sauce
Mordendo braço, jacaré Lala
Ditando a moda, me sinto Renner
Amigo Narcos igual Escobar
Vigiado sem tá no BBB
Todas me olha, me sinto o Neymar
Tô mais pra revelação Mbappé

E dentro do apê fica louca, louca
Beijando a amiga na boca e pede tapa na cara e na polpa
Poucas pra esse comédia de toca, coca
Gira comércio na boca, forca pra talarico e cagueta, treta
Tem mais mil truta, mil treta, preta
Se eu não voltar, não se esqueça
Peça, que sua casa tá feita e farta
Tem pão e vinho na mesa, nega
Embaixo da peita uma peça prata e—

Ouço e conto tiros e tiros, traçantes na minha janela
Corre e esconde quilos e cédulas
Flores e pétalas na minha estufa, truta
Aquela filha da puta se bandeou pro outro lado
Tentou sujar minha conduta
Puxa minha capivara, não acha falha
Zero mancada na rua
É várias que quer se envolver
Faço valer cada momento, amor
Pede que eu faço chover
Molho você de tesão e licor
E pede na cara e na boca, ela senta, ela chupa
Essa louca quer roubar minha alma
E disposição e conduta é o que te resulta
Sucesso na sua caminhada

Ahn, ahn, yeah
Oh, oh, ahn

(Os cara tá pensando que a vida é GTA, hein, véi)
(O fim é triste)

A Realidade do Funk: Análise de Freestyle 2/1 por KayBlack

A música Freestyle 2/1 do artista KayBlack é um retrato vívido da cultura urbana e da realidade das periferias brasileiras, especialmente no contexto do funk. A letra é carregada de referências ao cotidiano das comunidades, abordando temas como sedução, poder, violência e a busca por sucesso. KayBlack, conhecido por suas rimas afiadas e seu estilo de funk ousado, utiliza a música como uma forma de expressar tanto o glamour quanto os desafios enfrentados por aqueles que vivem à margem da sociedade.

No início da música, o artista descreve cenas de festa e sedução, onde as 'malandras' se exibem e há uma clara alusão ao sexo e ao prazer. A menção ao 'OnlyFan' é uma referência direta à plataforma de conteúdo adulto OnlyFans, sugerindo uma vida noturna repleta de luxúria e desejo. No entanto, essa atmosfera de festa é contrastada com a realidade dura das ruas, onde o tráfico e a violência são onipresentes. As 'cargas girando' e a 'meta cumprida' podem ser interpretadas como o dia a dia do tráfico de drogas, enquanto 'saí de Jetta, voltei de Meca' pode simbolizar uma jornada de ascensão e transformação.

A segunda parte da música mergulha mais fundo na violência e na luta pelo poder. KayBlack faz alusões a armas, confrontos e traições, pintando um quadro da lei das ruas onde a sobrevivência depende da força e da astúcia. A comparação com figuras como Escobar e a menção ao 'BBB' (Big Brother Brasil) e Neymar indicam a dualidade entre a fama e a infâmia, entre ser observado e ser invejado. A música termina com uma reflexão sobre a lealdade e a resiliência necessárias para 'fazer chover', ou seja, para prosperar nesse ambiente hostil. Freestyle 2/1 é uma janela para a realidade complexa e muitas vezes brutal das periferias, onde a linha entre o certo e o errado é tênue e a sobrevivência é uma arte.