Súplica do Rio
Ajoelhado
Na barranca do meu rio
Hoje triste lavo roupa
Pra vestir a solidão
O caniço de alfinete
Que eu pescava lambari
São retalhos da infância
Transformados em saudade
Que juntando fiz uns versos
Pra compor esta canção
Não deixem morrer meu rio
Me ajudem por favor!
O biguá que mergulhava, já morreu
Água pé não dá flor
Em momentos de angústia
Ao pensar estando só
Vejo o rio da minha infância
A correr buscando o mar
Sinto sede de água pura
Quando a natureza chora
No silêncio das barrancas
Me pedindo pra cantar
Não deixem morrer meu rio
Me ajudem por favor!
O biguá que mergulhava, já morreu
Água pé não dá flor
Vendo as águas poluídas
Do meu canto faço reza
A viola na cantiga
É meu templo de oração
Quero-quero está morrendo
Pelas várzeas do meu campo
O seu grito é um lamento
Suplicando neste chão
Não deixem morrer meu rio
Me ajudem por favor!
O biguá que mergulhava, já morreu
Água pé não dá flor