Identidade
Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai
Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história
Fato real de nossa história
Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai
Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história
Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Se o preto de alma branca pra você
É o exemplo da dignidade
Não nos ajuda, só nos faz sofrer
Nem resgata nossa identidade
Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai
Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história
A Profundidade de Identidade na Voz de Jorge Aragão
A música Identidade, interpretada pelo renomado sambista Jorge Aragão, é uma obra que mergulha nas questões raciais e na busca pela valorização da cultura afro-brasileira. A letra da canção é um convite à reflexão sobre a identidade negra e a resistência contra o racismo estrutural presente na sociedade.
No início da música, a referência ao 'elevador' pode ser interpretada como uma alusão ao famoso caso do elevador social e de serviço, uma prática discriminatória que relegava os negros ao uso de um elevador separado em edifícios de luxo. A frase 'Se o social tem dono, não vai' sugere uma recusa em aceitar essa segregação e um chamado para que as pessoas negras não compactuem com sistemas que as oprimem. A canção também destaca a importância de não ceder espaço ou desistir da luta ('Quem cede a vez não quer vitória'), reforçando a ideia de que a comunidade negra é resiliente e tem uma história de resistência ('Somos herança da memória').
O refrão da música é particularmente poderoso, criticando a noção de 'preto de alma branca', uma expressão que, embora possa parecer um elogio, na verdade perpetua estereótipos racistas e nega a identidade e a dignidade negra. Jorge Aragão, com sua voz marcante e sua habilidade de compor letras profundas, convida o ouvinte a reconhecer e valorizar a identidade negra em sua plenitude, sem a necessidade de se enquadrar em padrões impostos pela sociedade. Identidade é, portanto, um hino de empoderamento e um lembrete da necessidade de se lutar contra o racismo e pela afirmação da cultura afro-brasileira.