Ester matou o Zóide

Fernando Magela / Jairo Goes / Sergio Porto

Refrão


Ester matou o Zóide, de camisinha
Ester matou o Zóide, ficou sozinha


Ester sabia que seu marido vivia a natureza de ser macho em período integral
Ele botava sua camisinha nova, a botina camurçarda e dizia ser o tal
Saia louco, em sua moto importada, de potência envenenada, toda noite a vadiar
Acreditando que Ester nada sabia descolava uma guria pra ver a cobra fumar


Ester traçou uma vingança tão estranha, sua ira era tamanha, que chegou a planejar
“Eu vou matar esse safado sem vergonha, sua alma tão bisonha, no inferno enterrar.
Vou me esbaldar de dar risada em seu velório e depois do crematório, suas cinzas vou soprar.
Fazer um brinde, em menção daquela hora, quem quiser que chore agora ou vá chorar noutro lugar”


Enquanto isso, o lobo Zóide dava duro com uma mina, no escuro, de um motel à beira-mar
E mal sabia que Ester tava por perto, com o seu olhar esperto, pra vingança consumar
Ester chegou e já meteu o pé na porta, pegou o Zóide na toca, e fez o moço engasgar
Aproveitou a sua boca na mamona, disparou uma azeitona e fez o Zóide viajar


E, hoje em dia, Ester vive na tranqueira, é viúva e pistoleira de um motel no Gurupá
Herdou a casa, uma moto, uma foto e vive fazendo voto pro Zóide ressuscitar
Contam que o Zóide tá morando lá no céu, comendo mamão com mel, e nem lembra de voltar
Mas vez em quando, no meio da madrugada, uma moto envenenada faz o povo arrepiar

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