Truco No Bar do Brás

João Vilarim / Nico

No domingo bem cedinho fui pra vila passear
Parei na venda do Brás pra uma pinga tomar
Vi uma coisa medonha me assusta pra contar
Vi seis marrecos brigando fazendo o milho pular
Com tanto xingo e desaforo, parecia valer ouro a trucada do lugar


Os times bem divididos pra não ficar desigual
De um lado Tonho Mineiro, Gercino e o Juvenal
Do outro tava o Zé Preto, Florindo e o Sandoval
Por fora dessa disputa, ficou de fora o Marçal
Também de fora palpitando, Mané Pedro e o Orlando, Chiquinho e também o Val


No meio da brincadeira eu escuto alguém trucar
Virei pra ver o ocorrido, Zé Preto que ia jogar
Piscou e bateu no peito mandando se descartar
Deixando passar a primeira, mandou Gercino tornar
O moço empalideceu jogou a carta e torceu pro parceiro não amarrar


Antes de jogar a carta Juvenal viu se podia
Matar a primeira de com três e tornava a espadia
Certinho ele pensou tinha carta a riveria
Fazendo logo a primeira é um caminhão de melancia !
O Zé Preto e o Sandoval quase se pega de pau, tava faltando mania


E foi uma gritaria quando seis Tonho gritou
Escondendo o sete ouro, a pestana levantou
Zé Preto olhou pras cartas a seisada ele aceitou
Em cima da espadia o zape ele gastou
Nove tento ele pedia pra mostrar sua mania e um doze ele escutou


O Zé Preto cobriu toco mas na hora não pensou
Se os parceiros tinham carta ninguém se manifestou
Jogando o sete copa carta de maior valor
Nesta hora ele sorria a partida ele ganhou
Quando o Tonho se revolta na mão outro sete copa no jogo alguém roubou

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