Cantares
Todo pasa y todo queda
Pero lo nuestro es pasar
Pasar haciendo caminos
Caminos sobre la mar
Nunca perseguí la gloria
Ni dejar en la memoria
De los hombres mi canción
Yo amo los mundos sutiles
Ingrávidos y gentiles
Como pompas de jabón
Me gusta verlos pintarse
De sol y grana, volar
Bajo el cielo azul, temblar
Súbitamente y quebrarse
Nunca perseguí la gloria
Caminante, son tus huellas
El camino y nada más
Caminante, no hay camino
Se hace camino al andar
Al andar se hace camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar
Caminante no hay camino
Sino estelas en la mar
Hace algún tiempo en ese lugar
Donde hoy los bosques se visten de espinos
Se oyó la voz de un poeta gritar
«caminante no hay camino
Se hace camino al andar»
Golpe a golpe, verso a verso
Murió el poeta lejos del hogar
Le cubre el polvo de un país vecino
Al alejarse le vieron llorar
«caminante no hay camino
Se hace camino al andar»
Golpe a golpe, verso a verso
Cuando el jilguero no puede cantar
Cuando el poeta es un peregrino
Cuando de nada nos sirve rezar
«caminante no hay camino
Se hace camino al andar»
Golpe a golpe, verso a verso
A Jornada da Vida em Cantares de Joan Manuel Serrat
A música Cantares, interpretada pelo cantor e compositor espanhol Joan Manuel Serrat, é uma obra que reflete sobre a jornada da vida, a busca por significado e a efemeridade das experiências humanas. A letra é uma adaptação do poema 'Proverbios y cantares XXIX' de Antonio Machado, um dos mais importantes poetas da língua espanhola do século XX. Serrat, conhecido por suas composições poéticas e seu envolvimento com questões políticas e sociais, traz em Cantares uma mensagem filosófica e introspectiva.
O refrão 'Caminante, no hay camino, se hace camino al andar' é uma das frases mais emblemáticas da canção e do poema original. Ela sugere que não existe um caminho pré-definido na vida; o caminho é construído a cada passo que damos. Essa ideia ressalta a importância do processo e da jornada em si, em vez de um destino final ou de conquistas materiais. A música também aborda a transitoriedade da vida e das realizações humanas, como indicado nos versos 'Todo pasa y todo queda, pero lo nuestro es pasar'.
Além disso, a canção faz referência à natureza efêmera da glória e da fama, comparando-as a 'pompas de jabón' (bolhas de sabão) que se pintam com cores vibrantes, flutuam e, de repente, se desfazem. Essa metáfora reforça a ideia de que a busca por reconhecimento é passageira e não deve ser o foco da existência humana. Em vez disso, Serrat e Machado convidam o ouvinte a apreciar a beleza do efêmero e a aceitar a impermanência como parte essencial da vida. Cantares é uma reflexão poética que encoraja a contemplação e a aceitação da jornada pessoal de cada indivíduo, com suas alegrias, tristezas e descobertas.