Linda não, aquelas tuia
Olha só a caboquinha que baixou no meu sonhar
Linda não, aquelas tuia
Meu sonho foi pras cucuia quando dei fé de olhar.
Bem dizer, o jeito dela era um cristal de flanela de tanto fofo e brilhar
De lindeza bem muitona, de fofura desossada
Beicinho do bago grosso de bicudez encarnada
Um pilãozinho de cintura, dez léguas de formosura de vastidão deleitada
Criaturinha agarroza, festejosa no chegar
Cosquenta pelo cangote, mulecota nos coisar
Com três horas de espio, não dá pro cabra espiar
De tanto perigo afoito, trinta e sete, trinta e oito, os chinelins de pisar
Dois risquin de sobrancelha, os ói azul festejado
Platibandinha de testa, sem franzido ou pinicado
Linda não, aquelas tuia
Dei dois viva de aleluia, nesse sonho iluminado.
Mas repare meu cumpade, Cuma se deu o sonhado
A mãe dela intrometeu-se, de oxente interrogado
Eu só estou, caboquinha, tu essa hora sozinha nesse sonho amatutado
Sois cabocla apetrechada, de padrescíceras virtudes
Não te mete no destroço de viver de sonho e osso com o fulaninho dos grudes
Tu sois a miss lindeira, primeira nata da nata
Baliza tricampeã do estadual da Prata
Sois cabocla zero um, dos CPF tudin
Zero um das bonitezas, rainha das maciezas, sois discípla do pudim
Vai-te embora desse sonho, repara teu atrapalho
Tu podes morrer pisada pelos coturnos do orvalho
Será que tu não enxerga que esse sonho é coisa ruim?
Se teu pai não fizer não nada, dou-te uma surra bem dada, com uma fita de cetim
Acordei mais retesado, do que tora de imbúia
Banhei o rosto vincado, com quatro águas de cuia
Nunca mais sonhei com ela.
Uh... desorderinha dela
Linda não, aquelas tuia.