Quando a Ternura Se Transforma Em Rio
Será, talvez,
O teu olhar azul
Que com meus olhos por paixão repartes
Um pedacinho deste céu do sul
Que toda noite vem luzir no catre
Os teus cabelos
Flores do arrebol...
Um véu dourado que amanhece terno
Roubam as luzes do primeiro sol
Para enfeitar nossas manhãs de inverno
Refrão
Teu corpo claro
De alumiar desejos
Se expõe febril em mel e maçanilhas
Pra que eu te vista de luar e beijos
E me deslumbre a desvendar coxilhas.
A tua boca
Que murmura sangas
Num frenesi de primavera ao cio
Se faz silvestre pra me dar pitangas
Quando a ternura se transforma em rio
Será, talvez
Que a poesia em febre
Luzindo aflita num olhar azul
Veio exilar-se dentro de um casebre
Pra ser amor
Nestes confins do sul...
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