A Velha do Guarda-Chuva
Com a seca do nordeste sobre o Sol abrasador
Desde o rico fazendeiro ao mais pobre lavrador
Vendo a seca exterminando o fruto do seu suor
Convidaram a povoação
Para uma grande procissão ao divino salvador
Naquela hora sagrada que formaram a procissão
Alguém deu uma risada chamando do povo atenção
Dentro de poucos segundos ria toda a multidão
A um ano que não chovia
Uma velhinha trazia um guarda-chuva na mão
Vendo tanta zombaria aquela pobre mulher
Exclamava tristemente veja o mundo como é
Eu saí pra pedir chuva dez léguas andei a pé
Não foi pra ver tanta gente
Pecadora e descrente zombando de quem tem fé
A velhinha muito triste ao deixar a procissão
Abriu o seu guarda-chuva fazendo esta exclamação
Vai chover e demora, tinha firme devoção
A velhinha foi embora
Em menos de duas horas deu enchente no sertão