Madrastra Perversa

Ado Benatti / Américo de Campos

Paulo era um boiadeiro
Que a sorte não ajudô
Sua esposa morreu
E uma filhinha ela deixô
Com cinco ano de idade
Que Terezinha ficô
No futuro de sua filha
O pobre Paulo pensô
E pra ver ela criada
Mais uma vez se casô

Sua segunda mulher
Ai por ele tinha paixão
Um amor exagerado
Foi a sua perdição
O seu marido chegava
Antes de lhe dar atenção
Abraçava a Terezinha
Com amor no coração
A mulher foi implicando
Com aquela situação

O ciúme dessa ingrata
Veja que ponto chegô
Pra acabá com sua enteada
Um plano ela imaginô
Foi de cima de uma ponte
E a menina ela empurrô
Ficou muito satisfeita
Quando o corpinho afundô
Mas naquele mesmo dia
O seu crime ela pagô

Quando a noite foi chegando
O medo lhe dominô
E pra não ficá sozinha
O seu cachorro ela chamô
Pintado não atendeu
Etão mais alto ela gritô
No meio da mata escura
Um soluço ela escutô
Era um choro de criança
Em Terezinha ela lembrô

A mulher apavorada
Dessa forma ela falô
Terezinha já está morta
O seu espirito vortô
Correndo desesperada
Lá na ponte ela parô
Escutou outra vez o choro
Dentro da água se jogô
Morreu no mesmo lugar
Onde seu crime praticô

Quando o Paulo chegô em casa
Sua filha ele abraçô
Perguntô da sua mulher
E Terezinha lhe contô
Ela me jogou no rio
Mas o Pintado me sarvô
Eu vim pra casa chorando
O cachorro me guiô
Vi mamãe sair correndo
E até agora não vortô

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