Do Nascer do Sol à Luz da Lua

Luiz Fernando Virgilio De Oliveira

Sonhar com vários bagulhos bem loucos, nóis também sonha
Mas a reali daqui deixa mais firme a pessoa
De cada um desses manos aqui que você vê
Que já passou o mesmo aperto que uma pa de vocês
Dentro do tempo do corre que nóis tá há alguns anos
Várias fitas, várias fitas mesmo vamô superando
Que vai desde a perda no morro de vários manos
Até subir no palco pra seguir representando
Então, nem é nóis desandar disso aqui que é um sonho
Que vai se concretizando conforme vamô superando
As coisas más do morro, o que nos tráz sufoco
A inveja que é uma merda e atinge a alma de muitos
Mas com mente engatilhada olha nóis aqui preparado
Com a mão no microfone disparando pra todo lado
Almejando chegar nas mentes nos quatro cantos de são paulo
Atingir o brasil inteiro com a real que é du caralho
É assim, sem cantar pra subir hoje nos filma aqui
Se quiser, vem com nóis, na fé nóis vai seguir
Porque na fé é a cara, e o cara da fé é cristo
Jesus, irmão, tá comigo
E ele não tá só comigo, tá contigo, tá conosco
Fazendo prevalecer o respeito e a luz em todos
Ele nos deixa dispostos a seguir na luta
Ele tá na mente e no coração do homem na cadeia ou na rua
Na sua segue aí irmão, você, que eu sigo aqui
Na minha, no meu corre, no meu modo de agir
Sempre naquela e com os irmãos dando força pra nóis
Sendo a perifa e o mundão a inspiração pra lançar a voz
Nóis tá aqui na humilde firme fora do críme
Manos foram jaz lá atrás, tão na paz, isso é triste
Sentimento eu ponho nas letras, porque sentimento em mim existe
Também sou filho do maior, não sou durão pra sempre

Gela o moleque descalço lá quando vê os homens
Pois da maldade contida neles já ouviu falar sobre
Não pode dormir na noite ou mesmo sendo dia
Porque essa porra tá de pé antes, e não depois que o sol brilha
Na trilha negrô sonora, o rap
Os irmãos saem de rolê e os moleques se divertem
Os que pa dá uns dois, faz o seu e assim segue
Eu respeito, mas pros moleques irem pelo certo, uma prece
Senhor, conduz a molecada aqui da vila
O críme é ruim, mesmo assim, ainda estiga
Sua luz chegou bem cedo na minha vida
Só precisei crer com a alma que tu existia
Os que não é, sente o drama quando vê
Os da perifa conseguindo vencer
Porque isso faz mostrar que na favela
Além dos pa tem os mano que quer o bem dela
Que corre atrás mostrando que é capaz
De crescer na reali que vários jaz
Segue em paz, vai que vai manô
Espero te trombar lá na frente e ouvir fui vencedor
O senhor conduz, jesus é a luz, amém
Sinal da cruz, o r-a-p, o trem

Noites e noites escrevendo não vou dizer
Que fiquei senão vô tá mentindo pra você
E esconder isso, nem é, né não, irmandade
Pois nóis tá aqui pela real e tal na humildade
Vários bagulho cabuloso cai na mente
Mas na fé de pé nóis vai como eu disse anteriormente
Porque nóis também é guerreiro do nosso jeito aqui na norte
No elizão sangue bom, entre o azar e a sorte
Onde as crianças começam a brincar logo de manhã
De esconde-esconde, pega-pega e carro de rolemã
É mil graus
Mas sente aí o drama, aqui os manos do favela
São vários e não só nóis nas quebras rimando
Em festival de rap, na sala de aula, em casa ou na rua
Desde quando sol nasce até ver a luz da lua

(refrão)
Sente aí a reali
Aqui no eliza é tipo assim
Se quiser vir com nóis, pode vir
Mas vem na fé pra seguir

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