Fama de Bagunceiro
Sou índio guapo e trabalho a semana inteira
Na minha algibeira sempre trago o que gastar
Sábado a tarde não trabalho e me preparo
Saio no faro de um fandango pra dançar
Eu danço mesmo e mando pata pra valer
Me entrevero e do lhe grito e danço até amanhecer
Comigo não tem "gregorio" pra depois dizer "gregre"
China maleva e mesquinha comigo não tem querer
Estrada a fora eu escuto ronco de gaita
E este taita chega a ficar se arrepiando
Escramuço o pingo e do lhe tiro na chegada
A indiada já sabe que sou eu que estou chegando
Olho pro um canto tem uma china me "espiando"
Vou convidando a desgarrada pra dançar
Balanço a crina me dizendo que não ia
Senti que a folia já estava pra começar
Sentei o braço nos beiços dessa crinuda
Essa beiçuda não me faz perder a vasa
Ganhar carão pra min é um baita desaforo
E desaforo eu nunca levo pra casa
E a pau e corda eu acabo com o fandango
Batendo mango eu saio do entrevero
Monto a cavalo e dou lhe boca estrada fora
E vou embora com fama de bagunceiro