Samba-Enredo 2024 - Arroboboi, Dangbé

Claudio Mattos / Cláudio Russo / Julio Alves / Thiago Meiners / Manolo / Anderson Lemos / Vinicius Xavier / Celino Dias / Bertolo / Marco Moreno

Letra Significado

Eis o poder que rasteja na Terra
Luz pra vencer essa guerra, a força do vodun
Rastro que abençoa Agoye
Reza pra renascer, toque de adarrum
Lealdade em brasa rubra, fogo em forma de mulher
Um levante à liberdade, divindade em Daomé
Já sangrou um oceano pro seu rito incorporar
Num Brasil mais africano, outra areia, mesmo mar

Ergue a casa de bogum, atabaque na Bahia
Ya é Gu rainha, herdeira do candomblé
Centenário fundamento da costa da mina
Semente de uma legião de fé

Vive em mim
A irmandade que venceu a dor
A força, herdei de Hundé e da luta Minó
Vai serpenteando feito rio ao mar
Arco-íris que no céu vai clarear
Ayi! Que seu veneno seja meu poder
Bessen que corta o amanhecer
Sagrado Gume-Kujo
Vodunsis o respeitam, clamam Kolofée
Os tambores revelam seu afé

Ê alafiou, ê alafiá, é o ninho da serpente
Jamais tente afrontar
Ê alafiou, ê alafiá, é o ninho da serpente
Preparado pra lutar

Arroboboi meu pai, Arroboboi Dangbê
Destila seu axé na alma e no couro
Derrama nesse chão a sua proteção
Pra vitória da Viradouro

Arroboboi, Dangbé: A Força Ancestral no Samba da Viradouro

O samba-enredo "Arroboboi, Dangbé" da G.R.E.S Unidos do Viradouro para o Carnaval de 2024 é uma verdadeira celebração das raízes africanas e da resistência cultural que permeia a história do Brasil. A letra da música é uma homenagem à força do vodun, uma religião de origem africana, e à sua influência na formação cultural brasileira, especialmente no candomblé, uma de suas manifestações no país.

A canção começa evocando o poder que 'rasteja na Terra', uma referência à divindade Dangbé, associada à serpente e ao arco-íris no panteão do vodun. A letra segue narrando a luta e a resistência, mencionando a lealdade e a força feminina, elementos que remetem às Amazonas do Daomé, guerreiras africanas que são símbolos de valentia e liberdade. A música também faz alusão à diáspora africana, ao sofrimento e à resiliência dos povos escravizados que trouxeram consigo suas crenças e práticas religiosas, adaptando-as ao novo contexto brasileiro.

O refrão 'Ê alafiou, ê alafiá' é um chamado de respeito e reverência ao 'ninho da serpente', uma metáfora para o espaço sagrado e protegido da divindade. A Viradouro, ao invocar 'Arroboboi, Dangbé', pede proteção e axé, que é a energia vital, para sua jornada no carnaval, buscando a vitória não apenas na avenida, mas também na valorização e preservação da cultura afro-brasileira. A música é um convite para celebrar a herança africana e reconhecer sua importância fundamental na construção da identidade cultural do Brasil.

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