Samba-Enredo 2024 - Com a Sorte Virada Pra Lua, Segundo o Testamento da Cigana Esmeralda
Ê cigana, a caravana está em festa
Tem fogueira, dança e seresta
Nesta avenida da ilusão
Ao som de violão e violino
O verso da mais pura inspiração
Descobri seu testamento e fiz um manual
Sonhei a vida feito carnaval
Em devaneios e magia
Cerquei por todos os lados
Riscando a fé no talão
Apostei na coroa e no coração
O destino é traçado na palma da mão
E a vida se equilibra em cada linha
Andarilho, sonhador
Na corda bamba do amor
Encontrei minha rainha
(Ô Imperatriz)
Olhei o céu no infinito da constelação
A noite, o véu, eu vi os astros na imensidão
Fui sob à luz das estrelas
Buscar a certeza da minha direção
Ê luar de balançar maré
Meu cantar é um sinal de fé
Prenúncio da sina da minha escola
O sol beija a lua no espelho do mar
Já está marcado no meu calendário
Verde-esmeralda é vitória que virá
O que é meu é da cigana, o que é dela não é meu
Quando chega fevereiro meu caminho é todo seu
Vai clarear!
Olha o povo cantando na rua
A Imperatriz desfila com a sorte virada pra Lua
Misticismo e Esperança no Samba-Enredo da Imperatriz Leopoldinense
O samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense para o carnaval de 2024, 'Com a Sorte Virada Pra Lua, Segundo o Testamento da Cigana Esmeralda', é uma obra que celebra a cultura cigana e a busca pela sorte e pelo destino. A letra da música evoca imagens de festa, dança e seresta, elementos típicos das celebrações ciganas, e se passa em um cenário que é descrito como 'avenida da ilusão', uma possível referência à passarela do samba onde a escola desfila durante o carnaval.
A letra menciona a leitura da palma da mão, uma prática comum na cultura cigana para prever o futuro, e fala sobre equilibrar a vida nas linhas do destino. O eu lírico se apresenta como um andarilho sonhador, que na 'corda bamba do amor' encontra sua rainha, uma metáfora para a escola de samba Imperatriz Leopoldinense. A escola é personificada como uma figura feminina majestosa, uma rainha que é objeto de admiração e devoção.
A música também faz referências astronômicas, como o céu, as estrelas e a constelação, buscando na astrologia a certeza da direção a seguir. O 'luar de balançar maré' e o 'sol beijando a lua no espelho do mar' são imagens poéticas que sugerem harmonia e um prenúncio de vitória para a escola. A cor verde-esmeralda, mencionada no final da letra, é uma alusão direta ao nome da escola e simboliza a esperança de um triunfo no carnaval. A música termina com um chamado para o amanhecer, 'Vai clarear!', e a visão do povo cantando na rua, indicando a união e a alegria que a Imperatriz Leopoldinense leva para o samba.