Samba-Enredo 2024 - Nosso Destino é Ser Onça

Dere / Marcelinho Júnior / Robson Moratelli / Rafael Ribeiro / Tony Vietnã / Eduardo Queiroz

Letra Significado

Trovejou! Escureceu!
O velho onça! Senhor da criação
É homem fera! É brilho celeste
Devora e se veste de constelação
Tudo acaba em fogaréu e depois transborda em mar
A terceira humanidade, Cuaraci vem clarear
Ê Sumé nas garras da sua ira
Enfrentou Maíra, tanto perseguiu
Seus herdeiros vivem essa guerra
Povoando a Terra
A voz Tupinambá rugiu

É preta, parda é pintada feita a mão
Sussuarana no sertão que vem e vai
Maracajá, jaguatirica ou jaguar
É jaguarana, onça grande mãe e pai
(Onça grande mãe e pai)

Yawalapiti, Pankararu, Apinajé
O ritual Araweté, a flecha de Kamaiurá
No tempo que pinta a pedra, pajelança encantada
Onça-loba coroada na memória popular
Kiô! Kiô, kiô, kiô Kiera
É cabocla, é mão-torta
Pé-de-boi que o chão recorta, travestida de pantera
Kiô! Kiô, kiô, kiô Kiera
A folia em reverência
Onde a arte é resistência
Sou Caxias, bicho fera!!

Werá, werá auê, naurú werá, auê
A Aldeia Grande Rio ganha a rua
No meu destino a eternidade
Traz no manto a liberdade
Enquanto a onça não comer a Lua!

A Força da Onça na Sapucaí: Uma Análise do Samba-Enredo da Grande Rio

O samba-enredo 'Nosso Destino é Ser Onça' da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio para o carnaval de 2024 é uma obra que celebra a cultura indígena e a natureza, utilizando a figura da onça como um símbolo poderoso de resistência e identidade. A letra da música é rica em referências à mitologia e às tradições dos povos originários do Brasil, além de evocar a força e a majestade desse animal que é um dos maiores felinos das Américas.

A letra começa com uma atmosfera de mistério e poder, onde a onça é descrita como 'Senhor da criação', uma entidade quase divina que se veste de constelação. Essa imagem pode ser interpretada como uma metáfora para a importância da onça na cosmologia indígena, onde muitas vezes é vista como um ser de grande poder espiritual. A menção à 'terceira humanidade' e a Cuaraci, que significa 'sol' em tupi, sugere um renascimento ou uma nova era iluminada pela sabedoria ancestral.

O samba prossegue mencionando diversas tribos indígenas, como Yawalapiti, Pankararu e Apinajé, e práticas culturais como o ritual Araweté e a pajelança, destacando a diversidade e riqueza das culturas indígenas. A onça é retratada em suas várias denominações regionais, reforçando sua presença marcante em todo o território brasileiro. A Grande Rio, ao se autodenominar 'Aldeia Grande Rio', reafirma seu compromisso com a valorização das raízes indígenas e a luta pela liberdade, simbolizada na eternidade enquanto 'a onça não comer a Lua', uma expressão que evoca a perpetuidade da cultura e da resistência indígena diante dos desafios enfrentados ao longo da história.

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