Se Libertando da Epopéia...
Eu não quero mais escutar os discos
Nem num dia frio ler um livro
E mergulhar na dor
Eu não quero ver as fotografias
Nem navegar nas minhas fantasias
Nem na tua ausência tocar os objetos que você deixou
Eu não quero mais escrever poesias
Nem na tela em branco desperdiçar as tintas
Não quero me ferir mais com esse amor
Eu não quero mais me trancar no quarto
Nem me pegar chorando em meio aos fatos
De me deitar sozinho nessa cama fria
Não quero mais sentir teu gosto nos lábios
Nem nos meus braços o teu abraço
Nem os teus dedos acariciando a minha pele
Não quero mais te ver aos olhos
Nem guardar pra sempre a tua imagem
No fundo, adentro do meu cérebro
Não quero mais desperdiçar Caetano
"Nem um dia", Nem "Oceano" de Djavan
Alimentando a fome dessa solidão
Não quero mais...
Vou te rebaixar a "aquilo"
Não preciso hoje de nada disso
Quero ser livre em meio à imensidão
De nada disso, não preciso tanto
E hoje quero mais ou menos quanto
Quanto seja, que seja agora
Que se faça o Eu livre de você...