Flôr de Croata
Vou bater porta
Pra quem abusou de mim
Esse meu rosto triste
Não nasceu assim
Era bonito que nem flor
De croata
E então zangado
Era danado pra cheirar
Tinha alegria
Que jorrava noite e dia
Mas se excedeu
Pra um tal malvado
De um amor
Que não deu gosto
Só deu desgosto
E tudo em fim
Foi até bom
Que me ensinou a ser ruim (Bis)
A Transformação Amarga em Flôr de Croata de Flávio José
A música Flôr de Croata, interpretada pelo cantor Flávio José, traz em sua essência uma narrativa de desilusão amorosa e transformação pessoal. Flávio José, conhecido por sua voz marcante e por ser um dos grandes nomes do forró, estilo musical tipicamente nordestino, utiliza-se de metáforas e imagens poéticas para expressar os sentimentos do eu-lírico diante de uma experiência amorosa negativa.
No início da canção, o eu-lírico anuncia uma decisão firme de fechar as portas para quem lhe causou sofrimento, indicando um rompimento com o passado. A comparação do seu estado anterior com uma 'flor de croata' sugere uma beleza e pureza que foram maculadas pela dor. A flor de croata, embora não seja uma espécie botânica conhecida, pode ser interpretada como uma metáfora para algo raro e delicado, que foi desgastado ao longo do tempo. A alegria que 'jorrava noite e dia' foi substituída por um sentimento de amargura, resultado de um amor que trouxe mais desgosto do que felicidade.
A repetição do verso 'Foi até bom / Que me ensinou a ser ruim' revela uma ironia dolorosa. O aprendizado adquirido com a experiência negativa é visto como algo positivo, ainda que tenha custado a transformação do eu-lírico. A música, portanto, reflete sobre como as experiências de vida, especialmente as amorosas, podem alterar profundamente a nossa essência e perspectiva. Flávio José, com sua interpretação emotiva, consegue transmitir a profundidade dessa mudança, comum a tantas histórias de amor que não terminam bem.