Relay

A música Relay de Fiona Apple é uma obra intensa e carregada de emoções que explora a natureza cíclica do mal e do ressentimento. A repetição da frase 'Evil is a relay sport' sugere uma comparação entre o mal e um esporte de revezamento, onde a tocha é passada de uma pessoa para outra. Essa metáfora pode ser interpretada como uma crítica à forma como o ódio e a negatividade são perpetuados na sociedade, de pessoa para pessoa, criando um ciclo vicioso que é difícil de quebrar.

A letra da música também expressa um profundo ressentimento em relação a pessoas que parecem ter tido uma vida mais fácil ou privilegiada ('I resent you for being raised right'). Fiona Apple aborda a inveja e a frustração que podem surgir quando comparamos nossas vidas com as dos outros, especialmente quando essas comparações são baseadas em percepções superficiais de sucesso e felicidade. A artista destaca a futilidade de se deixar consumir pelo ódio ('But I know if I hate you for hating me / I will have entered the endless race'), reconhecendo que responder ao mal com mal apenas perpetua o ciclo de negatividade.

Musicalmente, Fiona Apple é conhecida por sua abordagem única e experimental, misturando elementos de jazz, pop e rock alternativo. Sua habilidade de transmitir emoções cruas e honestas através de suas letras e performances é evidente em Relay. A canção, que faz parte do álbum 'Fetch the Bolt Cutters' de 2020, reflete o estilo confessional e introspectivo pelo qual Apple é renomada. A música termina com uma nota de arrependimento ('I'm sorry'), sugerindo uma consciência da própria participação no ciclo de negatividade e talvez um desejo de mudança. A referência ao carrossel ('Ferris wheel') pode simbolizar uma tentativa de escapar dessa corrida infinita, lançando fora a raiva e buscando um novo começo.