Discurso ou Revólver
[Verso 1: Dum Dum]
A igualdade social é só em conto de fadas
Felicidade é só em sonho, só em mágica
Acredito na palavra ou na metralhadora
Revolução verbal ou aterrorizadora
Vamos queimar constituição com coquetel molotov
Carro bomba no congresso, tic-tac explode
Suplicar pro gambé derrubando sua porta
Não bater na sua mulher, não atirar nas suas costas
Até quando comer resto, lavar banheiro
Abrir o boy no meio na ilusão de dinheiro
Ser exterminado como judeu em Auschwitz
Mostrar pra Globo o que é viver no limite
A cruz da Klan queimando na sua frente
A SS agora veste o cinza da PM
De braço cruzado é só miolo espalhado no chão
Discurso ou revólver, tá na hora da revolução
[Refrão: 2x]
Tá na hora de parar de mofar no presídio
De estar no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o Denarc manda pro inferno
[Verso 2: Eduardo]
Fizeram da sua rua filial do Vietnã
Deram rifles pras crianças, estupraram sua irmã
Exilaram na favela o cidadão na teoria
Oprimido, censurado no país da democracia
Te dão crack, fuzil, cachaça no buteco
Esse é o campo de concentração moderno
Hitler, FHC, capitão do mato, bacharelo em carnificina
Mestrado em holocausto
Chega de bater palma tomando tiro, facada
De prato vazio, vendo o boy suar na sauna
O sistema te quer no viaduto com água na boca
Com a garrafa cortada na mão esperando a Kombi trazer sopa No chiqueiro do navio negreiro consertar na porta
Morto pelo senhor do engenho com farda e pistola
Que só em cabeça de pobre descarrega sua munição
Discurso ou revólver, ta na hora da revolução
[Refrão: 2x]
Tá na hora de parar de mofar no presídio
De estar no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o Denarc manda pro inferno
[Verso 3: Dum Dum]
Prevejo o mercado saqueado bala de borracha
Escudo do choque tomando pedrada
Guerra civil em praça pública, socorro professor
Com sangue no rosto, mordida de cachorro
Sem teto, sem terra, sem perspectiva
Sem estudo, sem emprego, sem comida
O Pavil da dinamite ta aceso
Qual será o preço pra eu ter os meus direitos
Sequestrar, tirar, queimar pneu na avenida
Invadir a fazenda improdutiva
Só jogamos ovo por isso nada mudou
Quem sabe o presidente na mira do atirador
Em São Paulo 35 por dia, chega!
Tolerância zero, ou cavar trincheira
Serial killer do planalto continua em ação
Discurso ou revólver, tá na hora da revolução
[Refrão: 2x]
Tá na hora de parar de mofar no presídio
De estar no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o Denarc manda pro inferno
[Verso 4: Eduardo]
A favor do inimigo, repressão, desinformação
O domínio dos dois caminhos pra revolução
Caminho 1: a voz do povo aqui não é a voz de Deus
Se tua casa é de caixote de feira, problema seu
Tanto faz sua filha no motel ganhando trocado
Tanto faz seu filho com a doze matando vigia no assalto
Se vier pro asfalto, fazer passeata
Aí o PM te mata, te faz engolir bandeira e faixa
Caminho 2: desconhecendo cenário político
Onde jogar granada, quem é o nosso inimigo
Entendeu por que não tem, escola pra você
Toma Uzi e me diz quem tem que morrer
Não adianta ser milhões se não somos um
Ação coletiva, objetivo comum
Discurso ou revólver, não interessa a opção
Sem união é impossível a revolução
[Refrão: 2x]
Tá na hora de parar de mofar no presídio
De estar no necrotério com uma par de tiros
De ser o analfabeto comendo resto
Viciado que o Denarc manda pro inferno