O Tempo
Tique-taqueia o compasso
Sinuelando o passo-a-passo
Num reponte sem fastio
Vai passando tranco manso
Sem pressa e nem descanso
Leva o viço deixa o brio!
Vai modulando-a seu jeito
Contanto, um tanto, perfeito
Entre um antes e um após
Nos recebe a inocência
Nos devolve a aparência
Que vimos lá nos avós!
O tempo não tem sentido
Se passar despercebido
Sem deixar ensinamento
Remédio que tudo cura
Nos caleja amadura
Assombrando o sofrimento!
Na juventude de outrora
Quis que o tempo, sem demora
Me desse sabedoria
Hoje me faço a promessa
De aceitá-lo sem pressa
Pouco a pouco, dia a dia
Pois ele é a própria vida
Uma paixão correspondida
Do começo até o fim!
Que passe o tempo ao seu tempo
Mas num compasso mais lento
Se esquecendo de mim!
O tempo, sempre fugaz
Às vezes leva, às vezes traz
Rumando sempre para frente!
É mestre que nos ensina
Ele vai, a vida fina
Findando o ciclo da gente!