Carteira Assinada
Alésio Milton de Barros / Márcio Proença
Uma carteira amassada sofrida e suada
De tanto vai e vem
Bem pouco assinada, mas bem viajada
No aperto do trem
Uma camisa puída da luta da vida
Um casaco de enterro da missa e da festa
Um pedaço que resta do nada que é seu
Uma aliança de prata no dedo mindinho
Um anel sem valor, mas se o assunto é samba
Ele é doutor
No samba ele esquece a tristeza
A luta da vida a roupa puída
Esse é o retrato mais vivo de um trabalhador
Porque no samba ele esquece a tristeza
A luta da vida o anel sem valor
Esse é o retrato mais vivo de um trabalhador