Chamamé de Campo

Desidério Souza / RODRIGO BAUER

Chamamé de campo que acende o dia pelas plainuras
Que reponta o gado para o rodeio toda a manhã
Vai soprando acordes no vento norte pelas lonjuras
Agitando as copas dos paraísos e tarumãs!


Chamamé de campo que andava livre, potro indomado
Que se ouvia ao longe, cortando os campos ainda em flor
Foi perdendo espaço e é prisioneiro dos aramados
E o seu timbre antigo foi apagado pelo trator


Mas quem traz a alma chamamecera, mesmo no asfalto
Sabe ser do campo, de um jeito puro que não se trai
Mostra que a querência, dentro do homem, fala mais alto
E, quebrando o gelo, fere o silêncio num sapucay!


Chamamé de campo que acorda a lua na noite escura
Embalando o fogo para o campeiro que sente frio
Vai sorvendo a mágoa que traz a erva na ceivadura
Seu passado índio que foi embora seguindo os rios!


Quando, nas estâncias que ainda resistem, o gado berra
O campeiro sofre de nostalgia por compreender
Que o mugido soa como um lamento da própria terra
Que acalenta a pampa e que se transcende num chamamé!

Curiosidades sobre a música Chamamé de Campo de Desidério Souza

Em quais álbuns a música “Chamamé de Campo” foi lançada por Desidério Souza?
Desidério Souza lançou a música nos álbums “As Missões Pedem Passagem” em 2021 e “Xucro de Encilha” em 2023.
De quem é a composição da música “Chamamé de Campo” de Desidério Souza?
A música “Chamamé de Campo” de Desidério Souza foi composta por Desidério Souza e RODRIGO BAUER.

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