Guerrilheiros
Disparou a bala militante
Soa o ringue mais um troféu na estante
Boca na lona, discurso agonizante
Verdades forjadas, silêncio gritante
Gritou na rua suas certezas sem ter
No céu a lua nem vê
Tempestuou bravura voraz
No peito um sussurro sem razão sem paz
Diz que é mas não foi
Diz que sente mas não faz
Diz que sabe mas não sabe o que faz
Quem dá mais? Nesse leilão de covardia.
O tempo é quem traz sem reclamar
A dor das palavras mal ditas vazias
O sádico show vai começar, estalos nos dedos, é só clicar
Alimentar as cabeças e os fios
Um post pra inflar seu vazio
Compartilhar, raso ou razão?
Entre ser e dizer, eis a questão.
Diz que é mas não foi
Diz que sente mas não faz
Diz que sabe mas não sabe o que faz
A rede, campo de guerrilha
Dos filhos dos fios, na forca, a morte, asfixia
Destilando desamores, horrores,
Sem cores, riscados na lista
Escorre amor por entre os dedos
E a vida se esvai
Teclado, o ódio e o Guerrilheiro
E o preço que não quer pagar