Baiana [Ao Vivo]

Daniela Mercuri de Almeida

O samba é meu sangue
Onde a vida dança
E o tempo rebola e pulsa e pulsa
E a tristeza balança

Com minha roupa de baiana de criança
Com minha roupa de baiana branca
Ou estampada na minha cara lavada na lagoa do Abaeté

Sou urbana
Da Rua sem saída de Brotas
Do engenho velho dos Galés
E Nazaré, oh

Parada de ônibus na Baixa dos Sapateiros
Comprei couro e fiz sandália
Pra Brincar o ano inteiro é
O ano inteiro

Roma, Bonfim, IAPI
Mussurunga e pau da lima
Salvador e os cristos daqui e Dali
De baixo, de cima

Há tantos novos bairros
Tantas esquinas pra carnavalizar
Pra pagodear, pra groovar
Pra inventar um novo movimento

Aqui se ensina a sambar
A capoeira é original
Há os santos daqui e da África

Novos candomblés
Nascendo perto das igrejas
Árvores, Oxossi, Jêje, Ketu
E os lençóis que voam

Esse é O lugar impossível do sonhar
Da arte, da música
Do Canto que é choro da Bahia
Pós moderna e portuguesa africana
Baiana de Salvador
Eu Sou mulher
Católica de Candomblé

Trago o samba no peito
E o direito de me indignar
Tenho a força das mulheres da Bahia
O meu corpo
Não sabe se mover sem sambar
Trago um tal desespero
Um parto, um aperto
Trago comigo a dor de minha gente
Que celebra a alegria
Mas segue a chorar

Meu corpo sangra de alegria
Vibra como um repique
Toca como um tambor
Em minhas veias desfilam melodias

Notas longas e curtas
Dançam na garganta
Brincam com repiques e rumpilezz

Movem meus quadris
Na marcação do grave profundo
Desse meu coração vagabundo
Que canta, que canta, que canta
Enquanto todos batem palma
Pra devolver a alegria que a fome roubou
Aqui o tempo rebola
E Só o samba consola
E nos salva da dor

Minha gente é resiliente
Na Bahia a vida sonha
Sem vergonha
Salvador sabe sambar

Salvador não tem vergonha, Salvador
Salvador não tem vergonha, Salvador
Salvador sabe sambar
Sem vergonha

Salvador não tem vergonha, Salvador
Salvador não tem vergonha, Salvador
Salvador sabe sambar
Sem vergonha

E a vida sangra
E o samba é meu sangue
Sou baiana, sou lágrima de samba
Sou música a sangrar
Sou lembrança da herança
De se alegrar
Sou baiana que samba
Por isso sigo sambando
Sigo acreditando nesse lugar

Sigo sangrando
Sonhando em samba
Pra nos celebrar

Sigo dançando
Sambo chorando
Sambo sangrando
Mas não paro de sambar

Sigo Dançando
Sambo chorando
Sambo sangrando
Mas não paro de sambar

Sigo Dançando
Chorando
Sangrando
Mas não paro

Sangrando, chorando
Sangrando, sambando
Sambando, chorando
Mas não paro não
Não paro não
Não paro
Mas não paro de sambar
Não paro não
Não paro não
Não paro não
Não paro não

Curiosidades sobre a música Baiana [Ao Vivo] de Daniela Mercury

De quem é a composição da música “Baiana [Ao Vivo]” de Daniela Mercury?
A música “Baiana [Ao Vivo]” de Daniela Mercury foi composta por Daniela Mercuri de Almeida.

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