Periferia Segue Sangrando
Sete horas em ponto tá no horário do encontro
Ligo o rádio e pronto as notícias não são nada boas
Ponto final na vida de várias pessoas
E o que seria um fim de semana foi um banho de sangue
O rabecão não parou um instante
A cada depoimento, um arrepio, um pai confirma ao vivo
É mesmo do seu filho um corpo quase irreconhecível
Vítima de uma sessão de tiros
Só quem perde sabe!
E eu concluo mano periferia segue sangrando
Hemorragia interna irmão matando irmão
Favela contra favela não acredita? Confira!
Rap nacional realidade dura!
Infelizmente esse é o som das ruas
(Se o bicho pega pro teu lado, véio? Um abraço)
Mano, periferia segue sangrando
Mãe chorando, irmão se matando!
Mano, periferia segue sangrando
E eu pergunto: Até quando?
O rádio já tá desligado
É dia ensolarado em São Mateus eu vou pra rua
A noite toda foi chuva
O vento forte arrancou telhados
Derrubou barracos, muita gente não crê no que vê
Outros pegam a bíblia pra ler
Perdas materiais incalculáveis reais
A enxurrada leva a capa do LP dos racionais!
É hora de reagir reconstruir começar de novo
É onde mora a força do meu povo, ei, véi!
Moleque de atitude! Chegado! Mano!
Sangue do meu sangue, sangue bom vamos!
Aposente o cano periferia segue sangrando!
Aplick pode crê!
Já cansei de ver a justiça feita com as próprias mãos
No coração da lesão arregaços com PT e oitão
Futuro aqui é fácil prever veja o sangue escorrer
Manda ideia é cambio Negro! Podecrê
Com bala na agulha quem se mata é você!
(Infelizmente esse é o som das ruas)
Se o bicho pega pro teu lado, véio? Um abraço
Mano, periferia segue sangrando
Mãe chorando, irmão se matando!
Mano, periferia segue sangrando
E eu pergunto: Até quando?
Periferia nossa quebra nossa área onde residimos
Mesmo sendo mortos aos milhares persistimos
Tiroteios, homicídios, maus policiais
Sobreviver com o cemitério na mente não da mais
Cadeira de roda, bolha de pus e soro
Intestino perfurado, ave de rapina, mal agouro
Ódio, medo, desespero pena
Tumor cauterização gangrena
Consolidando São Mateus em minha quebra
Aqui quem fala é Japão, voz da Ceilândia expansão na escuta
Força pra nóis para enfrentar a luta
Da periferia garantias de dignidade
Valores definidos compromisso com a verdade
Consciência Humana e GOG no bate rebate
Cambio Negro comendo na alta esse é o sistema compadre
O jogo é jogado Japão
Os inimigos da periferia são a burguesia e o alto escalão
Só que o nosso time treme na decisão e aí
A semente do ódio implantaram aqui
Nos impedem de evoluir e o que se colhe são frutos imundos
Periferia pare! Respire por alguns segundos
Nosso dia a dia pode ser melhorado
Há várias formas de ser respeitado
Perdão para quem quer se perdoado
Conviver com adversários, conquistar espaços
Vida longa na periferia responsabilidade
São Mateus (minha) Ceilândia (sua)
DRR defensores do ritmo rua
(Infelizmente esse é o som das ruas)
Se o bicho pega pro teu lado, véio? Um abraço
Mano, periferia segue sangrando
Mãe chorando, irmão se matando!
Mano, periferia segue sangrando
E eu pergunto: Até quando?