Cartel à Pátria S/A
Não tenho pátria
Não sinto amor
Sigo em decadência
Uma constante involução
Tenho medo
Sinto ódio
Extenuado
Só penso em me vingar
Da impura casta nacional
Mas não me deixam os castelões
Tudo que me resta é dor
Era só mais um entre os outros
Entre os fatos reais
Em minha utopia inútil eu seguia
Prosseguindo sempre e sempre
Seguindo sempre
O que é que vai fazer
Quando o destino inevitável
Deparar-se com você
O chão abrir-se sob os seus pés
O céu despencar em sua cabeça
O sol tornar-se negro
Seremos sugados
Eis o nosso destino
Ida sem volta
Seu número agora está em nós
Era louco
Cabeça feita diferente
Pregava coisas malucas, sem lógica
Sei que insulto senhores e poderes
Mas não se esqueçam
O tempo é curvo
Abra a sua janela
E veja que belo mundo
Que belas desgraças
Você deve alguma coisa a alguém
Agora só me resta um sonho
O sonho da grande revolução limpa e clara
Penetrando nas sempre obscuras entranhas do poder