Romina e Juliano
E se encontraram na esquina
Deram-se as mãos e se foram
Ela, tomada de sonho
Ele, querendo chegar
E escapuliram do medo
Do preconceito dos velhos
De quem sentiram saudade
Mesmo antes de partir
Mas era mesmo impossível
Que amor tão farto e tão puro
Morasse dentro dos muros
Das cadeias sociais
E era mesmo seguro
Que eles eram um do outro
Que eles nunca duvidaram
Apesar da repressão
E varando a chuva grossa
Se aqueciam e sorriam
E se olhavam e se viam
Entre as gotas que bebiam
E a chuva caía em cacos
Sobre os beijos e os sorrisos
E a chuva caía em guizos
Sobre a sede da paixão
Já vencida a tempestade
Houve pouso pro seu voo
Houve paz pro seu namoro
Houve leito e houve teto
E nesse instante a calmaria
Tomou conta dos seus corpos
Eram livres e se amavam
Luz acesa
Olhos abertos
Eram livres e se amavam
Luz acesa
Olhos abertos
Sobre a sede da paixão