Fábrica de Amores
Adolfo Luxúria Canibal
A garganta seca
Pelo fumo do acre
Sou Salomé no nó dos calores
Que faltal boneca
Revestida a lacre
Sou Salomé fábrica de amores
Passo com ar bombástico
Digo maviosamente
Levo o paraíso em mim!
Levo o paraíso!
Os olhares pousam
Sobre o meu corpete
No salivar glutão do desejo
Mas as mãos não ousam
Tão voraz joguete
Sou Salomé ébria de ensejo
Passo, passo com ar bombástico
E digo maviosamente
Tenho o paraíso em mim!
Tenho o paraíso em mim!
Levo o paraíso!
Levo o paraíso em mim!
Secreto jardim
A um passo de ti
Dourado e carmim
A um passo de ti
Tenho o paraíso em mim!
Tenho o paraíso em mim!
Levo o paraíso!
Tenho o paraíso em mim!
Levo o paraíso!
Levo o paraíso em mim!
Em mim...
A mim!