Fogo de Chão

Paulinho Dias / Pingo

Sopra vento e a fumaça
E as chamas do fogo de chão
Sopra sujeira da mente
E purifica o meu coração

Não vêm trazendo da montanha
Nem o claro nem escuridão
Mas sim vêm pelo caminho certo
Onde o cego ganha visão

Não se sente em sua casa
Esperando o tempo passar
Pois o vento já está aí dentro
Só esperando você procurar

Em tempos, em livros, nos lixos, nos mitos
Os tolos tentaram o vento guardar
Pra jogar na cara das outras pessoas
Que de muito cegas se dizem enxergar

Eles acham formatos, eles inventam cores
E dizem que Ele ainda está pra chegar
Mas não é um vento é um furacão,
E que no coração não consegue entrar

Pois está fechado prensado em dinheiro
E nas tantas coisas que eu mesmo inventei
Preocupado comigo e com a minha importância
O principal amor foi que eu não cultivei

Mas o vento gelado sopra em minhas costas
Batendo nas portas em busca de paz
O vento vai assoprando ascendendo meu fogo
Me chamam de louco mas eu vou atrás

Como um farol aceso nas noites escuras
Todos os barcos a se orientar
Tentaram acabar com o fogo na cruz
Mas ele sopra forte e se chama

Luz, terra, fogo, água e ar
E as respostas de suas perguntas
Olhe a natureza e irá encontrar
Terra, fogo, água e ar...

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