Pomo-de-Adão

Renato Martins

Todas as histórias se remetem a uma só
Do Barro ao barro e é claro do pó ao pó
Por isso não é por acaso que esse fardo me dá dó
Nos olhos uma lágrima e na garganta um nó

Em tempos idos um indivíduo chamado Adão
Traído por sua própria costela que judiação
Expulso do paraíso até o dia do juízo então
Engolirá a seco o pão pisado pelo próprio cão

Pobre do Adão não teve mais nenhuma paz nem teve mãe
Seu pai lhe disse: "filho é tolice essa bobagem de paixão"
E além do mais quer ama trai seu compromisso
Vá trabalhar pra sustentar do outro o vício
Quando seu pai morrer quem vai herdar os jardins do Paraíso

Pobre do Adão um homem bom não merecia esse destino
Fez o que fez por não querer mais uma vez ficar sozinho
Graças a Deus que lhe concedeu o tal pedido
Vai ter com os seus que conviver com esse castigo
Sempre engasgado que pecado pelo fruto proibido

Vá trabalhar pra sustentar do outro o vício
Quando seu pai morrer quem vai herdar os jardins do Paraíso

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