Nas Quebradas Do Sertão
Quantas saudades que eu sinto do sertão
Deixei um dia e vim pra grande cidade
Ai que triste
Tudo aqui é diferente
Até parece que essa gente
Não conhece a liberdade
Esse barulho não me deixa
Um só instante
E com o passar do tempo
Estou enlouquecendo
Aqui o cabra leva á vida agitada
Não pode fazer parada
Tem que se virar correndo
Já faz bom tempo
Que eu não vejo o sol nascer
E o luar aqui é tudo esfumaçado
As chaminés falam mais alto que o homem
Aqui também se passa fome
Nesse mundo programado
Até o verde virou peça de museu
As grandes águas vivem cheias de impureza
Quanta ganância vê quanta judiação
Nessa mecanização não respeita a natureza
Ai Deus do céu só agora que eu entendo
Porque a chuva demora pra cair
É que pra cá, tu és mais necessitado!
O homem vive apressado não para pra refletir
Minha mãezinha pode até se preparando
Que mais uns dias com vocês eu vou ficar
Tô trabalhando pra juntar algum dinheiro
E Deus queira em fevereiro pro sertão eu vou voltar