Milagre da Cruz
Com procuração passada
No cartório de São João
O seu Domingos Henrique
Um bondoso capitão
Resolveu por cortesia
Doar uma boa quantia
Para uma edificação
O capitão de bom censo
Apoiado pelos fãs
Mandou erguer um madeiro
Feito de tapinuã
Pra demarcar o local
Onde faria afinal
Aquela obra cristã
Acontece que um vizinho
Com fama de encrenqueiro
Não gostando da atitude
Do ilustre fazendeiro
Reuniu seus empregados
Para um trabalho pesado
E derrubaram o cruzeiro
Os escravos no entanto
Não conseguindo arrancar
Cobriram a cruz à lenha
Pra depois incendiar
Fizeram uma fogueira
Que queimou a noite inteira
Até o dia raiar
Porém na manhã seguinte
Ao visitar o local
Um escravo percebeu
Um fato fenomenal
A cruz estava fincada
O fogo não queimou nada
No momento triunfal
Essa história é verdadeira
Que há muito tempo passou
Deve servir de exemplo
A quem nunca acreditou
Que a cima do ser humano
Existe um ser soberano
Que é Deus Nosso Senhor