Covid

Nego Jorge, cabral.

E eu me reparto e parto no mundo louco
Quem diz ter só um pouco, ta bem, já tá no lucro
Sofrendo pouco a pouco correndo atrás de troco
Pra devolver pro mundo toda a miséria que é paga
A praga aqui não pega porque o meu santo é forte
Eu nem creio em santo então vem e me ataca
Teu beijo venenoso, raiz que sustenta sequóia
Daquelas que fornece a queda fatal que mata

Refrões em refractários refaça a ponte
Recôncavo nos versos, convexo só de Caetano
Ligação universal entre a alma e o horizonte
Juntos recolhendo os cacos de carmas no figurado
Ossos do ócio ofício que blinda calcificado
Falar quântico não te torna mais qualificado
Diploma é convenção e vocês tem comprado
Subterfúgio que permite cês serem comparado

Nem biólogos forenses me inocentam
Confuso é não saber do que eu to sendo julgado
Percebo que já nasci sendo mais um condenado
Tipo Jesus no Sinédrio sendo levado
Lavo minhas mãos para um destino irrevogável
Me incho todo de pecados viro girondino
Entre depressão e sexo eu me divido
Já sei qual vai ser o meu rótulo, jacobino

Preso entre paredes só vejo metal e cimento
De frente pra praça, feira de frutas e livros
Caso extraordinário de se manter vivo
Felicidade é relativa a minha só reativa
Olha o caos, olha céu enquanto eu olho pro cós alto
Acho que tá na moda se sentir menosprezado
Seria o modo como enxergam ou culpa do estado?
Balbuciando teorias e meu povo farto

Poetizando ideias vazias que não existem
Gourmetzando palavras longas em versos hábeis
Vivo julgando quem julga e disso não se vive
Procurando sentido em compras e paixões frágeis
E eu vomitei tanta verdade que há muito me deram
O rótulo de o mais inteligente da classe
Santificado seja o poder da tua consciência
Que me excita e te impede de ser subjugado

E cês tavam esperando um som daqueles leves
E cês tavam esperando um som daqueles fáceis
Acharam que dessa vez não iam pegar o dicionário
Quem quer te ver burro toca berrante pra gado
E chega de jogar tanta saliva para o alto
Provocar o pensar se tornou o meu vestuário
Cem mil metáforas garantem que você entenda
O vírus do Brasil não é covid é o Bolsonaro

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