Lá
Lá onde o mundo principia
O caminho é um riso aberto
Onde o azul faz companhia
E a alegria mora perto
Lá onde as bailarinas não tem medo
Lá onde a beleza dá no chão
E os fantasmas dormem cedo
(Depois do ladrão)
Não deixe, não
Não deixe, não
Não deixe, não
A nossa casa
Onde as dores são de areia
E as sereias cantam nuas
Onde a chuva se penteia
Quando vai cair na rua
Lá onde a solidão dorme de meia
Lá onde os anjos comem com a mão
A tristeza sempre esperneia
Querendo atenção
Não deixe, não
Não deixe, não
Não deixe, não
A nossa casa
Lá onde a escuridão termina
Onde o açúcar tem mais gosto
E a saudade é uma menina
Com os traços do teu rosto
E quem apaga a luz acende estrelas
(Quem entende tende ao coração)
Logo lá onde nasce a fantasia
E morre a ilusão.