Zé Ninguém
Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro?
Que existe ordem e progresso
Enquanto a zona come solta no congresso?
Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar?
Os dias passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Quem foi que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade?
Se tudo aqui acaba em samba
No país da corda bamba, querem me derrubar!
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo porque
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Os dias passam lentos
Os dias passam lentos
Cada dia eu levo um tiro
Cada dia eu levo um tiro
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo as leis são diferentes
A Voz do Povo na Canção Zé Ninguém do Biquini Cavadão
A música Zé Ninguém, da banda Biquini Cavadão, é um retrato crítico e reflexivo da sociedade brasileira, abordando temas como desigualdade social, injustiças e a desilusão com promessas não cumpridas. A banda, conhecida por suas letras que frequentemente tocam em questões sociais e políticas, utiliza a figura do Zé Ninguém para representar o cidadão comum, aquele que não detém poder e que sente na pele as discrepâncias de um sistema que favorece os mais ricos e influentes.
A letra questiona diversos ditados populares e crenças arraigadas na cultura brasileira, como a ideia de que 'amar é sofrer' ou que 'Deus é brasileiro'. Ao desafiar essas noções, a banda convida o ouvinte a refletir sobre a realidade do país, onde a corrupção e a impunidade parecem ser a norma, especialmente 'no congresso'. A música também aborda a sensação de impotência diante das adversidades cotidianas, como os aumentos de preços e a violência simbolizada pelos 'tiros' que o protagonista leva, que 'saem pela culatra', sugerindo que as tentativas de progresso pessoal muitas vezes resultam em frustração.
O refrão, repetido várias vezes, reforça a identidade do Zé Ninguém e a percepção de que 'aqui embaixo as leis são diferentes', evidenciando a distância entre as classes sociais e a discrepância entre o que é lei e o que é prática. A música, portanto, é um grito de protesto e solidariedade para com aqueles que se sentem marginalizados e ignorados pelo sistema, e um chamado para que se reconheça a necessidade de mudanças sociais profundas no Brasil.