Nada a Temer

Bio, Celo Oliveira

Nada A Temer

No asfalto quente, a pele sente
Os vidros confessam o azar
São 9 horas, tão longe a escola
E a sorte que teima em chegar

O sinal fecha, o verde espera
O troco que vem de lá
Quem trabalha alcança, mas é uma criança
Apenas do lado de cá

Foi por medo que eu aprendi a chorar

Na sombra da árvore, você já sabe
Dos 5 que já foram 6
São lágrimas enquanto as marcas pelo corpo
Viram sentença das leis.

Mais uma geração descalça pelo chão
Que leva a lugar nenhuma
A vida renega, a fome encerra
Esperanças que têm em comum

Foi por medo que eu aprendi a chorar

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