Defeito de Fábrica
Não é possível que ninguém notou
Eu não tô bem, mas ninguém perguntou
Eu já nem sei se quero responder
Não saio de casa, pra me esconder
Com medo de deixar alguém enxergar
Entender a culpa que eu tento guardar
E a culpa é minha, por sempre fugir
Do julgamento que eu nunca pedi
Hipocrisia, eu sei que eu tenho tanto
Canto palavras, vou vomitando
Mas não acredito no que eu digo
Por que eu ainda insisto nisso?
Ai meu Deus, queria só voltar pra casa
Mas não encontrei meu lugar pra chamar de casa
Ai meu Deus, me desliga e liga pra testar
Eu devo tá com algum defeito de fábrica, defeito de fábrica
Sei que tenho uns vinte e poucos anos
E ainda tenho estrada pra conhecer
E criar milhões de planos
Depois de tanto cair e calejar
Pode ser que não, mas pode ser que sim
Agora confusão, depois final feliz
Hipocrisia, eu sei que eu tenho tanto
Canto palavras, vou vomitando
Mas não acredito no que eu digo
Por que eu ainda insisto nisso?
Ai meu Deus, queria só voltar pra casa
Mas não encontrei meu lugar pra chamar de casa
Ai meu Deus, me desliga e liga pra testar
Eu devo tá com algum defeito de fábrica, defeito de fábrica
Hipocrisia, eu sei que eu tenho tanto, tanto, tanto faz
A Busca por Identidade e Pertencimento em Defeito de Fábrica
A música Defeito de Fábrica, interpretada por Bia Marques, é um retrato íntimo de sentimentos de inadequação e busca por identidade. A letra revela uma luta interna, onde a artista expressa a sensação de não estar bem e a percepção de que ninguém ao seu redor parece notar ou se importar. Esse sentimento de invisibilidade é um tema recorrente na música contemporânea, refletindo a solidão e o isolamento que muitas pessoas experimentam em um mundo cada vez mais conectado, mas paradoxalmente distante.
A artista aborda a dificuldade de lidar com as expectativas e julgamentos alheios, mencionando a 'culpa' que guarda por fugir dessas pressões. A menção à hipocrisia e ao ato de 'vomitar palavras' sem acreditar nelas sugere uma crise de autenticidade, onde a expressão externa não corresponde à verdade interna. Bia Marques questiona a insistência em manter uma fachada que não reflete quem ela realmente é, evidenciando um conflito entre o eu interior e a imagem projetada para o mundo.
A metáfora do 'defeito de fábrica' é particularmente poderosa, pois sugere que a cantora se sente como um produto que não atende aos padrões de qualidade esperados pela sociedade. A busca por um 'lugar para chamar de casa' é uma metáfora para encontrar um espaço onde se possa ser autêntico e aceito. A música termina sem uma resolução definitiva, refletindo a natureza contínua da busca por identidade e pertencimento. Defeito de Fábrica é um hino para aqueles que se sentem deslocados, incentivando a reflexão sobre a autenticidade e a aceitação de si mesmo.